1.5.07

Santos da casa fazem... Rock!

"Mundo Cão apresentou-se no Theatro Circo em Braga
Santos da casa fazem… rock!

Sem vertigens, nem mendigos, os Mundo Cão apresentaram-se no Pequeno Auditório do Theatro Circo, num “concerto muito especial”, como fez questão de frisar o vocalista Pedro Laginha, pois “foi em Braga que tudo começou”.


Pequeno Auditório cheio para assistir à primeira actuação dos Mundo Cão na cidade dos Arcebispos – pequeno de mais para os que já não conseguiram bilhete –, depois de alguns concertos de Norte a Sul que têm trabalhado a evolução da banda ao vivo. Pedro Laginha demonstra ser o elemento do colectivo menos à-vontade em palco, apesar de (e paradoxalmente) parecer que o lugar lhe é bastante familiar.
Com Miguel Pedro (bateria e programações) ao comando das operações, os Mundo Cão desfiaram os temas que integram o álbum homónimo de estreia, cativando o público com o seu rock enérgico e profundo.
A voz de Laginha é, sem dúvida, um dos elementos mais atractivos no som do grupo, mas são os perversos diálogos e os desvarios das guitarras de Vasco Vaz e Budda que mantêm a adrenalina em alta. A marcar o ritmo a que o público bate o pé (sentado não dá para muito mais) ressoa o baixo de Canoche, que dedilha em sintonia com a bateria de Miguel Pedro.
«Estroinice», «Vasculhar a sua Ficção», «O Louva-a-Deus (enamorado)», «Olga Diz», «A Noite na Cidade» seguraram a atenção da plateia, mas foi com temas como o single de estreia «Morfina», «O Caixão da Razão» (que integra a banda-sonora da telenovela «Vingança»), ou o «Divã de Tule», com que terminou o concerto, que os Mundo Cão libertaram toda a energia rock que as suas criações contêm. De premeio, a evocação de Um Zero Amarelo, num momento de gáudio para os presentes na sala.
O público pediu e a banda voltou ao palco para interpretar mais dois temas: o inédito «Onorista» e ainda «O Andarilho do Desejo».
De notar apenas o inapropriado que é assistir a um concerto como o dos Mundo Cão sentado, como exige o Pequeno Auditório do renovado Theatro Circo. Concertos rock assistem-se de pé…
De qualquer das formas, a banda mostrou por que é que o seu disco de estreia é uma lufada de ar fresco no panorama musical português: o potencial rítmico e beleza melódica das composições, a que as líricas de Adolfo Luxúria Canibal emprestam cenários precisos, levam o ouvinte a viajar por quadros de um quotidiano (quantas vezes, senão sempre) tão familiar."

in Primeiro de Janeiro por Pedro Vasco Oliveira

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

E o que aquele pequeno aparte me fez choramingar...Arrebatada de fresco,do concerto em Famalicão,e ser arremetida com a notícia de que os bilhetes em Braga tinham evaporado...:'(
De facto...é muito bom ser investida com aquela adrenalina toda!Adorei ver os desafios do Budda!Por conhecê-lo de percursos anteriores,e não só,fiquei assombrada com aquela actuação!

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Danurya